segunda-feira, 9 de agosto de 2010

Camisa também perde jogo

Olympikus III, do Flamengo
O mais surpreendente no jogo Corinthians 1 X 0 Flamengo, na ensolarada tarde de domingo, no Pacaembu, não foi a esperada revanche do Timão depois do fracasso na Libertadores, por culpa do Mengão. Também não foi o recuo inexplicável do novo técnico corintiano Adilson Batista, que rapidamente trocou a ousada formação 4-3-3, aos 20 minutos do primeiro tempo, quando Dentinho se machucou, por um, na circunstância do jogo, conservador 4-4-2. Adilson entrou com mais um volante, Paulinho, que formou ao lado de Ralf, Jucilei e Elias. É verdade que este último foi mais à frente, quase jogou como meia, e fez o bonito gol, após sutil tomada de bola feita por Jucilei no vértice direito da grande área flamenguista. Elias, que costuma errar 9 entre 10 chutes de frente para o gol, desta vez acertou um belo petardo que foi morrer no canto esquerdo do goleiro Marcelo Lomba. Mas a surpresa também não esteve aí. Ela foi resumida, profeticamente, por um dos dois amigos com quem fui ao estádio. "Com essa camisa, o Flamengo veio para perder", afirmou ele quando o rubro-negro entrou em campo. Disse rubro-negro? Pois é, as melhores tradições do Clube de Regatas do bairro da Gávea empalideceram no estranho uniforme azul e amarelo com que os jogadores cariocas foram a campo. A velha garra flamenguista ficou no ônibus que trouxe a delegação. Com ela é que se poderia contar, já que o time de toque bonito faz tempo que não habita a Gávea. Com Zico nas cabines de transmissão, acima das numeradas, chamando mais atenção do que os jogadores em campo, foi como se o Corinthians estivesse enfrentado um time de camisa bizarra do interior paulista. Restaram apenas alguns lampejos do sempre bom Petkovic. O Corinthians nem teve pela frente a mística da bonita camisa do atual campeão brasileiro. Ficou mais fácil.

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